Vós não me escolhestes a
mim mas eu vos escolhi a vós (João 15:16)
Essa semana estava
refletindo tudo sobre a minha conversão a Cristo. E cheguei à conclusão de
que, antes do mundo ter sido criado, eu já era Dele. O texto acima
desperta um dos maiores debates teológicos debatido por séculos- A teoria da
Predestinação (João Calvino) [versus] A teoria do Livre Arbítrio (Jacob
Armínio). Apesar de ter sido doutrinado dentro da teoria Arminiana, hoje, tenho
todas minhas convicções a respeito de Soteriologia mais dentro de um contexto
Calvinista. Apesar de não concordar em alguns pontos com o Calvinismo.
Bom, não estou aqui para
debater teorias. Sou salvo pela Graça por 2 motivos:
Primeiro; Porque Ele me
elegeu antes da fundação do mundo;
E, segundo; Porque quando
essa Graça me alcançou eu disse SIM para ela sem pestanejar.
O que muitas pessoas
desconhecem é que a nossa conversão não teve início no dia em que levantamos as
nossas mãos na igreja para aceitarem a Cristo como Senhor e Salvados de nossas
vidas, mas sim, muito antes de termos sido gerados dentro do ventre de nossas mães.
Ora, se é o próprio Espírito Santo que nos impulsiona a dizermos "ABA
PAI", antes dos meus lábios confessarem que Cristo é o Senhor da minha
vida, o Espírito Santo já havia se encarregado de fazer morada no meu coração.
Na minha reflexão, estava
recordando do meu primeiro contato com Cristo ainda na minha infância e com
toda a minha ignorância espiritual a respeito de Deus. Mesmo sem ter sido
criado num "berço cristão", a informação que eu tinha a respeito de
Deus vinha da Matriarca da família, minha avó materna Raquel que sempre foi e é
uma cristã fervorosa até os dias de hoje.
E quando conheci através
dela aquele princípio básico de que todos pecaram, e todos estavam destituídos
da Glória de Deus, o meu coração em muito se alegrou quando descobri que havia
uma esperança para essa sociedade perdida. Sim, digo isso porque eu tinha a
concepção que o mundo poderia simplesmente acabar a qualquer momento, bastava
apenas uma única ordem divina. Lembro-me como se fosse ontem, lá para os meus 7
a 8 anos de idade, residindo em São João de Meriti, Baixada Fluminense do RJ,
quando na sala da casa onde morava, dobrei meus joelhos e ali fiz uma oração
dizendo que aceitava Cristo como Salvador da minha vida. Aquilo me trouxe uma
paz de espírito muito grande, se é que com os meus 7 ou 8 anos de idade, eu
pudesse mesmo entender o que era essa certa paz.
O interessante é que tudo
isso teve início dentro do meu interior, sem nunca ter freqüentado uma igreja
evangélica e ter sido discipulado por alguém. Bastou apenas conhecer o plano da
Rendenção pela minha avó Raquel que logo tive meu primeiro encontro com Cristo.
O Segundo contato com o Senhor foi quando estava na casa de minha tia Rosane em
Belford Roxo (RJ), e lá estava uma irmã da Ass. de Deus daquelas bem avivadas, e
ao orar por mim, revelou para minha mãe e minha tia que eu era um escolhido de
Deus. Tudo isso ainda na minha infância e sem freqüentar qualquer denominação
evangélica já que católico particularmente eu nunca havia sido.
Carreguei essas palavras
de ser um escolhido por Deus por toda minha adolescência. Sendo um adolescente
carioca na década de 90, logo passei a conhecer as bebidas, Bailes Funks,
cigarros, drogas (apesar de ter fumado maconha umas 2 vezes só na minha vida e
ter odiado desde sempre). Foi quando no auge dos meus 16 anos, veio o meu
terceiro e quarto encontro com Cristo que então mudou a minha vida por inteiro.
O terceiro, foi dentro do
extinto Belford Roxo Tennis Clube num baile funk da Furacão 2000 no ano de
1997, quando de dentro do baile, ao som da Furacão 2000 gigante e seus 50 mil
watts de potência na época, eu tive um novo encontro com Deus. Uma voz que
dentro do meu coração era maior que aqueles 50 mil watts, me dizendo que Ele, o
Senhor, havia um plano na minha vida e que muitos daqueles jovens conheceriam a
Cristo através de mim.
O quarto veio de dentro do
meu quarto, após ler todo o livro de Gênesis (depois da experiência no baile
não hesitei em logo conseguir uma bíblia e saber das informações a respeito de
Jesus), e ao ler sobre a passagem do conserto que Deus fizera com Noé, foi o
auge da minha alegria e esperança em Deus. Digo isso pelo fato de que na minha
ignorância bíblica e espiritual, eu tinha a concepção de que existiam tantas
injustiças e maldades no mundo, que não ia demorar muito tempo para Deus acabar
logo com tudo como fez na época de Noé. Então quando eu li de que Deus jamais
exterminaria a humanidade daquela forma, veio uma alegria muito grande, pois,
ali, vi que existia uma esperança para essa humanidade decaída.
Lembro que saí de dentro
do meu lar e fui dá um passeio pela rua, nessa época não morava mais em São
João de Meriti, e de repente, ao avistar o céu, vi como um arco íris bem
diferente dos que já tinha visto, até porque aquele arco vinha como do céu para
terra e nem sequer havia chovido naquele dia. Logo entendi que o mesmo conserto
que Deus fez com Noé de que daria uma nova chance para humanidade, ele estava
também estava fazendo assim comigo ao colocar aquele arco íris no céu.
Ali, eu percebi que não
tinha para onde correr. Deus tinha um plano na minha vida e não podia fugir
disso. Logo, fui aconselhado pela minha irmã Silvia que já era evangélica na
época a procurar uma igreja evangélica, e a mais próxima, era uma Ass. de Deus
de costumes Tradicionalíssimos e bem Pentecostal. Era a mais próxima que eu
conhecia, ficava ao lado da minha casa e ali começou todo o meu calvário dentro
da religiosidade, alienações e manipulações. Imagine um jovem de apenas 16 anos
sendo doutrinado dentro de uma igreja recheada de costumes mais parecidos com o
regime Islâmico?
Confesso que mesmo com
toda essa religiosidade e costumes desnecessários, eu sentia a presença de
Cristo ali dentro. Sentia pelo fato de ter sido chamado por Ele ainda na minha
infância, quando, na verdade, eu fui chamado por Ele antes do ventre de minha
mãe. Hoje eu chego à conclusão que todos os meus encontros com Cristo foi
independente de denominação e religião. Antes de eu sonhar em ter o aceitado
como Senhor da minha vida, Ele já havia me aceitado. Afinal, qual é o único
motivo da minha existência senão for para Adorá-lo? E desde quando a adoração
tem local e horário apropriado, se os verdadeiros adoradores O adoram em
espírito em verdade?
Porque insistimos em fazer
de nossas Samaria e Jerusalém o local único para adoração? Deus é Espírito e
espírito não possui morada certa. A não ser o seu coração e onde ele estiver.
Talvez você me pergunte:
Mais a igreja não foi necessária para o seu crescimento espiritual? Sim, claro
que foi. Eu louvo a Deus por dia ter entrado e conhecido tudo o que acontece
por dentro e por fora da igreja evangélica. O problema é que me venderam o
peixe errado. Disseram que a igreja era o essencial, quando, na verdade, é
apenas necessário. O essencial é Jesus, e eu fui apresentado a Ele antes de um
dia ter sonhado entrar por uma denominação evangélica.
Meu amigo (a), com toda
sinceridade do meu coração. Eu não quero, nem é essa minha vontade, fazer
apologia contra as instituições. Digo e repito, podemos sim ser a Igreja de
Cristo mesmo dentro da igreja (instituição). Mais enquanto existir pessoas
alienadas pela religião, este continuará sendo um câncer em todo mundo.
Que Deus levante nessa
última geração os verdadeiros adoradores que não precisem apenas está dentro de
uma igreja para Adorá-lo, mas sim, que sua adoração seja uma constância em sua
vida, dia a dia, 25 horas se necessário.
Não foi você que o
Escolheu, foi que ELE que te amou primeiro. Antes de o mundo ser mundo, o
Cordeiro de Deus já havia sido imolado só por lhe amar demais. Antes de Deus
dizer "haja luz" já existia uma cruz no coração de Deus para lhe dar
vida e vida com abundância. Então, no nome de Jesus, desfrute disso hoje. Não
faça da sua denominação, uma Meca ou mesquita evangélica, você é o Templo de Deus,
você é habitação do Altíssimo e aquele templo lá aonde você freqüenta só tem
valor enquanto você e os demais sendo a igreja de Cristo estiverem por lá.
Somos a Luz de Cristo, mais o que chamamos de igreja evangélica, há séculos,
vem vivendo sobre a obscuridade religiosa. Atualmente, temos apenas um grupo
remanescente de vagalumes que vem brilhando em meio a essas trevas. O dia que
esses vagalumes saírem de dentro das denominações, as instituições cairão na
obscuridade profunda que por séculos a vem acompanhando. São exatamente esses
pequenos vagalumes que, muitas vezes, são aqueles que sentam no último banco do
Templo e são considerados os anônimos dentro da denominação, que mantém ainda
essa Luz acesa.
Hoje eu vivo e respiro
pelo simples fato de que ELE me escolheu. E ainda que o mundo desabe e que a
apostasia role solta, eu não me vendo e não me venderei. Eu sei em quem tenho
crido, e Este, é fiel e justo para dar continuidade à boa obra que Ele começou
em minha vida.
Um grande abraço em vosso
coração.
Em Cristo que em João
17:9, orou ao Pai, dizendo: "Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas
aqueles que me deste, para que seja um, porque são teus.