domingo, 13 de março de 2011

Existe explicação para o sofrimento?


“E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos o perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.” João 9:1-2

Existe explicação para o sofrimento? Talvez seja essa a indagação de todo ser humano. Freqüentemente, ouço ateus elaborarem perguntas prontas, como: Se Deus é justo, porque existem tantas injustiças no mundo? Se Deus é amor, porque existe tanto ódio entre as suas criaturas? Se Deus é Paz, como explicar tantas guerras? Se Deus prometeu uma vida eterna sem injustiças, ódios e guerras, porque seus filhos passam por tantos sofrimentos?

Aí entram aquelas respostas prontas de todo cristão com suas teologias e bláblás elaborados. A verdade é que muitos cristãos que não conhecem o plano de Deus para humanidade, apenas aquelas informações básica do pacote religioso, no fundo acabam tendo as mesmas indagações dos ateus, eles apenas não confessam diretamente. Em todos estes anos lidando, aconselhando, ensinando, pregando, palestrando a tantos tipos de pessoas diferentes, sei perfeitamente o número expressivo de pessoas que não sabem explicar esta pergunta, e que no fundo, no fundo, também são decepcionadas de certa forma com Deus por não entendê-las. Elas não demonstram isso abertamente, mais seus corações são recheados de decepções e frustrações com Deus.

Como explicar o sofrimento? A única pessoa que um dia passou por esta terra que tinha a resposta para tal pergunta, ignorou a mesma e não deu uma resposta concreta. Sim, eu falo de Cristo. Se o próprio Mestre não teve nenhuma preocupação em explicar tal indagação, o que dizer de nós? Não conheço nenhuma teologia do sofrimento, nem tampouco, doutores e mestres nesta área.

Quando os discípulos estavam na presença daquele cego de nascença do capítulo 9 de João, acredito que existia no coração dos discípulos, a certeza de que Jesus daria a resposta certa para tal questionamento. “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” Ah, se essa pergunta fosse feita para os nossos doutores em teologia, certamente eles rodariam de gênesis a apocalipse e, se preciso fosse, tirariam até do alcorão tal resposta. Mais a resposta de Cristo, foi: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.”

Que decepção! Ficaram sem resposta, afinal, como assim ele não pecou, nem seus pais, se todos pecaram e destituídos foram da Glória de Deus? Ora, não era a resposta que se esperava, sabe por quê? Porque de gênesis a apocalipse (nem no alcorão), você vai encontrar o Altíssimo explicar o sofrimento humano. Ele ( sofrimento) apenas existe para que sejam manifestadas as obras de Deus. Não foi o próprio Cristo que disse que quem quisesse ganhar a sua vida deveria perdê-la? Não foi Ele que nos convidou a renunciar a nós mesmos e carregar a nossa cruz? Não foi o próprio que disse que o céu é ganho a força?

Se desejo está aonde Cristo reina, como questionar o caminho que ele nos deixou para percorrer? Ora, a porta é estreita e apertado o caminho. Mais se é por ela que eu desejo entrar, que assim seja. Não tenho que questionar, apenas seguir com minha fé ciente de que as provações desse tempo presente não são para comparar com a glória em que nós há de ser revelada. Isso são palavras de quem esteve lá, viu o que olhos nunca viram, ouviu o que ouvidos nunca ouviram, e nos garantiu que vai valer à pena. Responda-me, ainda vou questionar a Deus o meu sofrimento?

Sabe por que existem tantas pessoas frustradas nesse mundo cristão? Porque estão comprando o peixe errado. Estão vendendo um evangelho que não é o Evangelho de Cristo. Ora, esse Evangelho que por Cristo fora anunciado não se vende. É dado de graça pela Graça. E a partir do momento que vende outro evangelho cercado de prosperidades financeiras, cheio de facilidades para obter vitórias, é que quando as máscaras caem, vêm às decepções e traumas que demorarão a cicatrizarem. E em alguns casos, a culpa recai até sobre Deus, e assim, o ateísmo apenas cresce.

No livro de Jó, temos 38 capítulos com o patriarca repetindo a mesma pergunta: Porque estou sofrendo? Ele não tinha a resposta, seus amigos não tinham a resposta, e sua mulher, tampouco. E quando Deus aparece no capítulo 38, encontramos as respostas? Não! Apenas mais e mais perguntas como forma de respostas. Tudo o que Deus respondeu se resumiu em apenas uma coisa: Não tente entender o que não está limitado ao seu conhecimento.

Jó eu sou de cima, e você, de baixo. Eu sou divino, e você, mortal. A única esperança revelada no livro de Jó foi à de que o Redentor um dia se levantaria sobre a terra. Jesus não trouxe a resposta necessária, mais encheu-nos de alegria e esperança quando nos falou do céu mesmo citando que o mesmo seria conquistado à força. Disse que como ele, teríamos aflições, mais venceríamos como ele venceu. Paulo sofreu as aflições, esteve lá no céu, e garantiu: Vale à pena, as aflições de hoje não se compara com a glória que nos espera lá. O negócio é tão maravilhoso que o mesmo chegou a confessar que sentia prazer nas fraquezas por amor de Cristo, e chamou as chibatadas, açoites, náufragos, bestas feras, abismos, prisões e falsos irmãos de “leve e momentânea tribulação”

Graças a Deus pelos sofrimentos. Mesmo que não entenda porque eu os sofro, sei que tudo isso apenas coopera para o meu bem. Como disse certa vez Charles C. Spurgeon: "Eu não ousaria usar uma coroa de ouro na terra onde o meu Senhor usou uma coroa de espinhos".

 Enquanto muitos lutam para terem a glória de José, eu me sinto honrado em carregar a cruz de Cristo. Sofrer as tribulações que Cristo sofreu, é uma honra para poucos. Ele mesmo disse: "Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês"

Em Cristo que nos deu a honra de sermos participantes de suas aflições e, automaticamente, herdeiros de suas conquistas. 


5 comentários:

  1. A paz de Cristo Pr Sergio! parabéns por mais um excelente texto! sabe pastor, quanto mais eu estudo a biblia, mais eu me questiono, como entender se no reino de Deus o maior, tem que ser o menor, o primeiro, o ultimo, qundo eu penso que sou forte é que eu sou fraco, e quando fraco sou forte!rsrs.. Mas uma coisa eu sei, eu sei que o meu redentor vive! E QUE EM BREVE O VEREMOS FACE A FACE! muito bom o seu texto, parabéns!

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  2. Excelente !!!!! Muito bom essa e a visão, esse eo caminho . E tão claro e simples, alguns homens com suas ideologias complicam tudo.
    Parabéns !!!!!
    Sds querido irmão.

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  3. Helena, Graça e Paz querida.
    Nossas maiores dificuldades em entender os paradoxos de Deus, são exatamente nossa inteira limitação de entender Deus na sua essência.

    E é exatamente por isso que Ele é Deus. Um Deus que pode ser compreendido pela nossa insignificância intelectual, não seria Ele Soberano, não é verdade?

    Por isso a Palavra da cruz é loucura para a grande maioria, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus.

    E o mais importante é saber que um dia seremos como Ele é, teremos a sua mente e, então, todas as nossas dúvidas serão esclarecidas.
    Bjs no coração

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  4. Silvio, meu grande irmão, Graça e Paz.

    Realmente meu brother, nos que complicamos o que por Cristo foi ensinado de uma forma tão simples e pura.

    A Bíblia diz que tudo foi feito por Ele e para Ele. Sendo assim, basta apenas seguirmos seu exemplo e vivermos com consciência naquilo que Ele nos ensinou.

    Para você ver como é tão simples. Jesus resumiu trocentos mandamentos do AT em apenas 2:
    Amar a Deus e amar o seu próximo.

    E um 3º que veio como mandamento novo: Amar seu inimigo. Ponto, o que passar disso é ideologia humana.
    Abraços

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  5. "Disse que como ele, teríamos aflições, mais venceríamos como ele venceu..."

    Por favor, corrija:
    "Disse que como ele, teríamos aflições, mas venceríamos como ele venceu"

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