Em tempos em que a Teologia da Prosperidade tem ganhado bastante força em nosso solo Tupiniquim, aonde o termo "igreja", tem tido mais uma conotação empresarial, do que, Casa de oração, tenho visto o tanto de pessoas que fazem do Templo, a sua “Meca Evangélica”.
Hoje em dia, o nome da denominação tem ocupado um espaço tão importante nos igrejados, que se Jesus realmente é o caminho, o Templo, segundo essa lógica, é o pedágio.
Sim, as antigas indulgências Católicas Romanas, que foi o fator que deu origem a Reforma Protestante, voltaram com toda força nas "Igrejas Evangélicas". Ou você faz um sacrifício com Deus, dando tudo que você tem, ou então o Senhor ficará isento de te abençoar. Não é assim que aplicam o golpe?
Engraçado que esses dias eu estava comentando com a minha esposa, de como a Igreja Evangélica, hoje, se parece com a Igreja Católica dos dias de Lutero, e ironicamente, a Igreja Católica de nossos dias atuais, se parece com a Igreja Protestante no início da Reforma.
Certo dia, vi um pregador, estilo animadores de púlpito, dizendo que a Glória do segundo Templo, estava se cumprindo na Igreja Evangélica, mais especificamente, nas pentecostais. Pois, segundo ele, somos a geração do avivamento.
Discordei dele por 3 motivos: Primeiro, porque segundo Estevão em Atos 17:24, "O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens";
Segundo, porque a Igreja de Cristo, não é placa denominacional. Paulo deixa isso bem claro em 1ª Coríntios 3:16 - "Não sabeis vós que sois o Templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós".
E terceiro, porque somos hoje a geração da Apostasia. Seguindo a lógica pre-tribulacionista das Igrejas da Ásia, vivemos hoje a fase da Igreja de Laodicéia, ou seja, da igreja morna e apóstata.
A partir do momento que compreendemos que somos a Igreja de Cristo, e não, o templo de 4 paredes, nossa adoração passa a ser mais sincera.
Pois, o que eu vejo hoje em dia, são apenas artistas e personagens dentro do Templo. Fora deles, as pessoas são traiçoeiras, falsas, invejosas, caluniadoras, briguentas, mas quando colocam um de seus pés dentro do Templo, parecem que recebem uma entidade divina e ali passa a ser um personagem cristão. Aquele que profetiza para o irmão do lado, que chora com os louvores, gritam histericamente com as pregações, é simpático, é bondoso, é generoso, é amigo. Acaba-se o culto, fecham-se as portas, voltam à ser pessoas cruéis de antes.
A verdadeira Igreja de Cristo, não está limitada alguma denominação evangélica, ou a uma identidade eclesiástica, nem tão pouco, a quantidade de cultos que você participa no Templo. O fato de você ser ativo nas atividades da igreja, não te faz um super crente ou melhor que aquele irmãozinho que trabalha a semana toda e só tem tempo disponível de está aos domingos. Até porque, se ele tiver o entendimento que ele é a Igreja de Cristo fora das 4 paredes, mesmo no trabalho, na rua ou em casa, ele pode prestar um culto racional a Deus e ser muito abençoado.
Em suma, nem todos que estão em Israel, são judeus. Assim como, nem todos que estão dentro das "igrejas", são Igrejas. Todavia, o nosso Senhor Jesus Cristo em todo tempo, sempre deixou remanescentes. É o povo dentro do "povo". É a Igreja dentro da "igreja". E, às vezes, até fora da "igreja", a fim de poder ser Igreja.