sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Religião e suas Falsas Renúncias


A Religião e suas falsas Renúncias


"Ó quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne? Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão. Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?" Gálatas 3:2-5

Este artigo é mais que um assunto reflexivo. É o meu testemunho acompanhado de um grande desabafo de todo o mal que vivi, sofri e aprendi com a religiosidade. Acredito que a grande maioria dos religiosos, nem sequer sabem interpretar o que é religião. Talvez, desconhecem que o grande "câncer" causador de todas as atrocidades existentes no planeta, como guerras, genocídios e preconceitos, vem de uma má interpretação da religiosidade.

Sabemos que Jesus não veio fundar nenhuma religião. Em todo seu ministério, o que Cristo mais fez, foi combater os religiosos da época. Chamando-os de hipócritas, raça de víboras, covis de ladrões, o Mestre deixou bem claro, toda sua indignação contra aqueles que seguiam a risca toda regra Judaica, mas, não o tinha o que era de mais importante na regra Divina: O Amor ao próximo.

Tanto que Cristo resumiu toda esta regra contida nos dez mandamentos, em apenas duas: Amar o seu Deus de todo coração, alma e entendimento e Amar o próximo como a ti mesmo. O próprio Ap. Paulo ao corrigir o erro grotesco do mau uso dos dons espirituais na Igreja de Corinto, escreveu em todo capítulo 13, a importância do amor, que supera qualquer dom, pois, o amor é a maior dádiva do Evangelho da Graça
"... tudo sofre, tudo crê, tudo espera".
Cristo veio nos libertar de toda maldição contida na Lei. Pois, a Lei servia para apontar e mostrar que o homem era pecador, mais a mesma não o livrava do pecado. Apenas o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, sendo o sacrifício perfeito, veio nos libertar de toda regra e maldição que a Lei Mosaica nos aprisionava.

É exatamente aí, que mora a diferença em sermos alcançados pela Graça, e não mais, condenados pela letra (Lei). O interessante é como a religião, uma arma de Satanás (minha opinião), veio exatamente ao contrário da essência do Evangelho apresentado pelo Mestre. O que a Graça veio para libertar, a Religião veio para aprisionar. Por que a religião te apresenta a Deus, e em seguida lhe mostra um número infinito de regras para se achegar até a Ele, o que eles chamam de "renúncias" E foi exatamente aí que iniciou todo meu calvário sofrível de um faminto e sedento pela presença de Deus, pois, a religião me mostrava um Deus muito distante, zangado e rancoroso.

A religião me fez acreditar que para está mais perto do que eles chamam de " o centro da vontade de Deus", eu teria que abrir mão de toda minha adolescência, num amadurecimento precoce, pois, toda religiosidade me fez acreditar que eu aceitei a Cristo no momento que estava dentro de um Templo, quando na verdade, já havia sido escolhido por Ele desde a fundação do mundo.
Em todo aquele ritual de levantar a mão, ir até a frente, encarar os olhares do pastor e repetir uma frase decoreba de que eu era um pecador, carente da Glória de Deus, que aceitava a Cristo como único e suficiente Salvador, aos olhares de irmãos que cochichavam com os outros e diziam: "Este não dura uma semana". (Fiquei sabendo disso depois que entrei pro time deles [risos]). E aí veio a lista de renúncias: Livrar-me dos palavreados torpes, da roda de escarnecedores (amigos ímpios), das bermudas e blusas de marcas, de ir à praia, jogar futebol, de ouvir músicas seculares, namorar escondido, me masturbar... Ah, diga-se de passagem, eu era apenas um jovem de 16 pra 17 anos com a testatorona a flor da pele, e etc... Mas, como eu era um faminto "doido" para está no centro da vontade de Deus, eu segui a risca o regime Islâmico, ops! Quer dizer, a "doutrina" que mais tarde foi corrigida para "costumes denominacionais".

Virei praticamente um mulçumano evangélico. Era obrigatório o uso de gravatas nos cultos, andar ataviado (blusão social e calça no mínimo jeans, moletom era pano do capeta), e assim o tempo foi se passando, até quem um dia fui pressionado a entrar num seminário teológico por que eu tinha um ministério, a casar o mais rápido possível por que eu tinha um ministério, a evangelizar todos os domingos por que eu tinha um ministério. Mas, ministério de quê? De fazer a obra de Deus? Não, exatamente! O que eles chamam de Ministério, é ter um lugar cativo em cima do altar, sentir-se superior aos diáconos que varriam o chão, os membros que sentavam nos bancos desconfortáveis. Quem estava no ministério, era ungido e separado... um intocável, praticamente.

Foi exatamente, depois de me formar no seminário, casar com uma jovem nascida e criada na Religião, que hoje é minha atual esposa e mãe do meu único filho, que graças a Deus, hoje também entende o valor de ser alcançado pela Graça, foi depois dessas coisas que finalmente fui convidado a sentar-me no ministério (altar). E aí mermão (ã), foi que eu conheci os maiores exemplos de inveja, calúnias e ódio no meio religioso. Na religião, enquanto você estiver em baixo sem direito a opinar sobre as regras ditatoriais e denominacionais, você é uma bênção, mas no momento que você é "consagrado ao ministério" (to usando a linguagem evangeliquês), e tem o direito de dá uma mísera opinião que seja contrária a deles, é aí que te pisam, te humilham te põe a mais ralé da "mediocridade" evangélica.

Te saúdam com a paz do Senhor antes do culto começar, e, depois pelas costas, desejar sua falência enquanto você estiver próximo deles. Profetizam bênçãos para você por que o animador de culto que chamam de Preletor mandou, e pelas costas te julgar e sentenciar sua morte espiritual.

E sabe o mais interessante disso tudo? Que aquela roda de escarnecedores que eles chamam de amizades profanas, nunca me desejou algum mal. São pessoas que até eu posso chamar de amigos, mesmo eu os abandonando em nome de uma falsa renúncia, e em nenhum momento viraram as costas para mim, e estiveram sempre ali de pés aplaudindo cada conquista que eu tivesse, mesmo estando distante. Os piores momentos que eu passei na minha vida, ao ponto de entrar até em depressão, foi exatamente quando estava em cima dos púlpitos seguindo as regras religiosas com a esperança de assim está fazendo a obra de Deus. Perdi toda minha adolescência já que eu entrei nesse mundinho gospel aos 16 anos e apenas me "desconverti" desse mal, já próximo dos 30 anos. Foi exatamente quando eu entendi o verdadeiro significado de ser alcançado pela Graça, que todas as algemas caíram de minhas mãos. De que todas aquelas falsas renúncias, não passavam de obras da lei estereotipada em "costumes", que apenas nos distancia de Deus, enquanto que a Graça nos aproxima.

E hoje eu sou muito mais que um pastor denominacional; muito mais que um Ministro do Evangelho; muito mais que qualquer título eclesiástico; eu sou filho de Deus, herdeiro das Promessas de Cristo. Eu tenho a maior e mais sublime dádiva deixada por Cristo... O AMOR! Esse mesmo amor que nos aproxima do pecador, mesmo sem concordar com o pecado, e amá-lo ao ponto de convencê-lo do amor maior que é Jesus.

Que Deus vos abençoe.

Em Cristo, que nos alcançou pela sua Graça Irresistível

3 comentários:

  1. Sem falar no amor de muitos que se esfriou...
    é filho matando pai, pai matatando filho, irmão contra irmão, etc.

    Uma pena que muitos já perderam essa esperança.

    Aviva SENHOR, a Tua obra em nós..

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  2. comentario muito interesante,adorei o tema, se nãose importar farei um estodo particular sobre esse tema, acredito que tenha passado e que essas coisas existam na igreja (Templo, porém achei seu discurso muito genérico,na igreja que frequento infelismente já percebi certas normas que não funcional pra todos mas ainda é uma boa igreja para congregar. E Deus opera alí.

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  3. Olá Lúcio, Graça e Paz.

    Fique a vontade para criar o estudo particular que desejas, diferente de muitos, sempre digo que a Palavra de Deus não possuí direitos autorais, embora a grande maioria preferem comercializar a mesma.

    Sobre achar o discurso genérico, ainda que aparentemente possa soar como uma generalização, eu sou cônsul que, toda regra possuem suas excessões, e obviamente, acredito que existas muitas igrejas (templos) sérios, com homens de Deus que valorizam a simplicidade dos Evangelhos.

    Pois, dentro de uma geração corrompida e perversa, Deus sempre terá os seus remanescentes que não se curvam ao Baal da Religião, mas que buscam, incansavelmente, a essência do Evangelho de Cristo.

    Que Deus te abençoe amigo e que faça de ti uma grande voz que clame nesse deserto religioso.
    Um enorme abraço.

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